terça-feira, 27 de outubro de 2009

consciência

estou deitado na praia. o sol brilha e enche-me de calor. ouço as ondas e vozes longínquas de pessoas que gritam e brincam perto da água. fecho os olhos e uma doce quietude invade-me. experiência subjectiva do mais banal que existe.

entretanto embrenho-me na leitura de um livro que me absorve, rapidamente o som das ondas e das pessoas sai do meu campo de consciência, já não ouço mesmo que as ondas sonoras continuem a entrar nos meus ouvidos e os seus ecos a propagar-se nos meus neurónios. esta informação continua a ser tratada fora da minha consciência que continua embrenhada na leitura do livro.

mas ao mais pequeno ruído anormal, uma onda mais forte por exemplo, a minha atenção é imediatamente solicitada e a minha consciência desviada para esse ruído ao mesmo tempo que a leitura é interrompida. a minha consciência não pára de saltar de um centro de interesse a outro.

li algures sobre o conceito de "consciência flutuante" para exprimir este movimento incessante e encadeado do pensamento que salta em permanência de tema em tema de preocupação.

ps: para os mais atentos apenas digo que resisti a utilizar o clichê da aparição curvilinea... porque teria que mudar o conceito para "consciência ancorada"...

8 comentários:

A Silenciosa disse...

ahahahahahahha, e aí voltaríamos a ter o conceito, não de consciência mas de eterno "macho latino".

Conheço a experiência, mas não o conceito, será que não estamos a tornar complexo algo bem mais simples?

Afinal foi a capacidade de estar "alerta" que nos permitiu sobreviver aos predadores......

Ah é verdade a "experiência subjectiva" só poderia ser banal, afinal que somos/ és?

Beijo

pecado original disse...

"Associação Livre" diriam os psicanalistas ;)

Sensualidades disse...

temos a capacidade de por de parte "ignorar" o que e constante a nossa volta para dar atencao a uma actividade, quando a constante e quebrada, nao conseguimos ignorar

Jokas
Paula

Vulgar disse...

Silenciosa
lá estás tu... eu a querer travestir-me de metrosexual e tu chegas aqui e volta tudo à versão pimba... ehehe.

a experiência é tão banal que qualquer criatura dotada de receptores (sentidos), de sistema nervoso e de um cérebro que processe as informações assim recebidas e transmitidas a vive..., é uma espécie de consciência primária.

um beijo

Vulgar disse...

Pecado original,
parece livre quando inconsciente, será forçada quando consciente.
será? agora fiquei baralhado...

um beijo

Vulgar disse...

Intimidades,
tal e qual...
acho que os filmes digitais funcionam assim... em vez de repetir os milhões de bytes entre duas imagens consecutivas apenas são transmitidos aqueles que mudam.
é apenas uma analogia... de como atingir eficazmente um objectivo gastando o mínimo de energia... anulando informação supérflua.
não seria possível vivermos conscientes de tudo o que se passa em permanência à nossa volta.
Um beijo

Anónimo disse...

Agradeço e retribuo a visita. =))
O teu espaço além de encantador, inspira quem por aqui passa. Sentar-me-ei por aqui diversas vezes garantidamente.

... e volta, volta sempre porque sabes-me a pouco.


Beijo em ti.

Vulgar disse...

@tt,

já tens a cadeira reservada, é só apareceres... ao teu voltarei sim, para que o pouco se transforme aos poucos.

um beijo